quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A Espera ...

A espera

Vou esperar por ti, 
Como espera o pescador pelo peixe
Vou esperar por ti
Como espera o vinhateiro pela vindima

Vou esperar que teu coração 
Me receba com amor, que
Teu coração peça meu amor

Vou esperar por ti, 
Com a ânsia de uma criança 
Vou esperar por ti, 
Com a alegria no coração

Vou esperar que teu amor
Me acompanhe e se entregue
A meu amor sedento para se dar

Vou esperar por ti, mas
Não sei quem és e quando vens.
Só sei que, vou esperar por ti...

Um POema da minha autoria - Erika Pinto - escrito a dois anos atrás ... num período de dor, de conflito ... de tristeza.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Viver ou Morrer em Luanda ... uma análise um tanto fúnebre

Em outros post já tive o prazer de expressar que não é fácil, de todo, viver em Luanda ... desde a desorganização, falta de civismo, falta das condições básicas como saúde, educação, saneamento básico e a dita segurança, viver em Luanda ... é ter sempre os batimentos cardíacos no limite!

A semana passada infelizmente vi que não só viver em Luanda é complicado, mas também morrer! Melhor, ser enterrado... Porque nem com os mortos temos respeito e as suas moradas eternas, mais parecem infernos eternos.

Perdi o meu Pai faz 8 meses, algo que ainda estou a processar ... por sorte tive uma Tia que tratou de tudo, inclusive do cemitério. Mas durante aqueles dias vi o drama da minha família a recorrer a tudo e todos para conseguir um espaço no Cemitério do Alto das Cruzes, o mais IN aqui da santa terrinha ... lá conseguimos, e foi com algum respeito que levamos o meu Pai a sua morada eterna.

Depois de 8 meses tive que voltar a um Cemitério, para acompanhar um colega que também acabou por perder o pai... como me custou ter de voltar a entrar para um Cemitério.... as minhas pernas tremiam, o coração apertado... mas teve de ser.

Desta vez o Cemitério foi o de Viana... já ali havia estado, mas não havia visto com olhos de ver aquela realidade.... que tristeza.

Neste Cemitério, como outros tantos ... estamos perante um inferno, um total desrespeito por quem lá vai a enterrar, por quem está a ter de enterrar os seus familiares ... um ambiente de total desolação e abandono.

1. Os caixões são carregados a mão, porque não tem carrinho, para auxiliar. 
2. Não há qualquer demarcação ou ordem.
3. Parece um terreno para descarga de lixo.
4. Cheio de buracos... um terreno completamente abandonado.

A única maneira de percebermos que ali se trata de um cemitério é por causa da entrada e de algumas campas / cruz que sobressaem no meio do descampado.

Estava lá e só pensava ... que País é este que não se respeita ninguém? Nem vivos nem mortos? Que País é este que até a morte é elitista? Que para quem tem alguns conhecimentos e tem algum dinheiro vamos para o Cemitério IN, um pouco mais organizado que os outros e para o resto, os comuns mortais, vamos atirá-los lá longe, onde ninguém vê... e quem vê pouco interessa.

É desolador o estado desta cidade, a mentalidade que temos vindo a cultivar e a passar para as novas gerações. 

Que país é este????