sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Luís Vaz de Camões - "Tanto de meu estado me acho incerto..."

Estava a conversar com a Kinga, uma grande amiga, sobre uma boa escrita e capacidade de oratória...A mesma perguntou-me que ferramentas ela poderia utilizar para desenvolver estas capacidades.

Expliquei que o pouco que sabia, se devia as aulas de português, onde fazíamos a análise e interpretação de textos e poemas como as aulas de filosofia, onde fui ensinada a fazer dissertações críticas, isto no 12º ano... Foi difícil, mas ajudou bastante.

E nessa conversa toda, fomos parar ao bom do Camões ... como sou apaixonada por este homem, pela sua escrita, pelos seus sonetos ... não há como não viajar com Camões....

Como sou uma romântica incurável, claro que o meu soneto preferido fala de amor, e não não é o "Amor é fogo que arde sem se ver..."

O meu poema preferido de Camões é  "Tanto de meu estado me acho incerto...". Porquê, perguntam vocês....

E respondo eu, que é porque se trata de uma verdadeira declaração de amor, em que o amado explica a sua amada que longe dela o tempo é uma eternidade, o tempo não passa... mas quando está com ela, o tempo parece voar, sendo sempre insuficiente, aumentando desta forma cada vez mais a vontade de estar junto...

Bem chega de estar aqui com muitos bla bla bla e abaixo a minha homenagem a Camões, poeta maior da Língua Portuguesa!

Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.

É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.

Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho mil anos, e é jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.

Se me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.


Uhhhh suspiros ... viva o amor ... viva a vida, viva Camões...

Até a próxima....

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Pensando África: Panos Africanos - Ankara - Panos do Congo - Capulana - Batik

Cá estou eu de volta, desta para falar da minha paixão renascida... os Panos de Congo, como cresci a Chamá-los! Sabe do que falo? Se não, abaixo uma foto.


Cresci a ver a minha linda avó Suzana a vestir as suas roupas típicas feitas de Panos africanos. Não eram as nossas roupas tais como agora, já que a minha Linda Avó vestia-se como as Bessanganas ( poderá ver uma imagem Aqui). Lembro-me como se fosse hoje, as várias camadas: 1. um pano amarado a cintura, para fazer de saia; 2. um quimono (camisa); 3. um pano amarado por cima do peito, que chegava até aos joelhos; 4. um lenço amarado na cabeça; 5. por fim, um outro pano que cobria a cabeça como um véu :) ... muito lindo, acreditem!

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Realojamento da População da Chicala - Luanda


Nos últimos dias Luanda voltou a assistir ao realojamento de parte da sua população, desta vez, ou melhor dito, mais uma vez sobre a população residente na Chicala.

Como já é de domínio público, muitos são os projectos para esta zona da nossa cidade de Luanda, empreendimentos de luxo que vão desde a Edifícios de luxo para a habitação até aos Escritórios ou mesmo áreas comerciais. Até aí tudo bem, nada contra minha gente... é sim importante a reorganização da nossa urbe, de modo a tornar a nossa Luanda uma cidade (ainda) mais cidade.

A Chicala está subaproveitada, também é verdade, tem espaços alagados e tornou-se num Musseque (sem qualquer depreciação ao local, se entenda!) Aqui



Todavia, a razão que me leva a escrever sobre este assunto é a forma como está a ser tratada a transferência da população da Chicala para o Zango 3 e Zango 4, extremos opostos da cidade, para uma população habituada ao Centro.

Tive a oportunidade de ouvir de um morador da Chicala um relato bastante detalhado de como está a ser tratada esta questão.