Cá estou eu de volta, desta para falar da minha paixão renascida... os Panos de Congo, como cresci a Chamá-los! Sabe do que falo? Se não, abaixo uma foto.
Cresci a ver a minha linda avó Suzana a vestir as suas roupas típicas feitas de Panos africanos. Não eram as nossas roupas tais como agora, já que a minha Linda Avó vestia-se como as Bessanganas ( poderá ver uma imagem Aqui). Lembro-me como se fosse hoje, as várias camadas: 1. um pano amarado a cintura, para fazer de saia; 2. um quimono (camisa); 3. um pano amarado por cima do peito, que chegava até aos joelhos; 4. um lenço amarado na cabeça; 5. por fim, um outro pano que cobria a cabeça como um véu :) ... muito lindo, acreditem!
Por ter tido a oportunidade de crescer tão perto dos Panos Africanos, tão cheios de cor, de vida, de alegria, sempre nutri uma paixão e acima de tudo, respeito. Sempre tive como desejo usar estes panos e adaptá-los ao meu tempo, modernices... será?
A algum tempo a esta parte, lá consegui realizar o meu desejo e hoje o meu guarda-fato está cheio de cor e de vida, com lindos vestidos, saias, calças e até camisas feitas de panos africanos. E como é bom ter o sonho realizado. Digam lá se não combina comigo?
Mas o melhor disto tudo é que, (como é lógico), não sou a única a partilhar deste sonho. Hoje, em Angola, já são muitos os Jovens que com orgulho usam roupas feitas com estes panos, que estão tão intimamente ligados as nossas tradições. A Procura é extraordinária, lindo de se ver. E quem oferece aos peças de roupa, cuja matéria-prima são estes panos, tem uma criatividade extraordinária, já que a oferta é única!
Digam lá, não é lindo demais?
Como sou aficionada por estes panos comecei a "caçar" na internet imagem de roupas feitas com o mesmos. E na minha busca incessante descobri alguns dos nomes dados ao pano africano, tais como Ankara (nome utilizado em países como Ghana, Tanzania), Panos de Congo (em Angola), Capulana (em Moçambique).
Mas, a grande curiosidade se prende com a origem desses panos... já não me recordo se foram nas aulas de história do ciclo ou nas minhas buscas pela internet, mas lembro-me de saber que quem trouxe estes panos para África foram os Holandeses nos seus navios mercantes, na altura da colonização, e os mesmos eram utilizados como ofertas e/ou moedas de troca entre os nativos e europeus.
Contudo, estes panos não têm a sua origem na Holanda. Na realidade, os Holandeses foram buscá-los a Indonésia e só depois trazidos para África. E é na Indonésia que estes panos são chamados de Batik, que até hoje são utilizados na vestimenta dos mesmos. Os Batik originais são tingidos a mão, num processo artesanal lindo, segundo a minha prima Mimas que teve a oportunidade de ver. Se quiser saber mais sobre os Batik clique Aqui.
Hoje, os Holandeses continuam a produzir estes tecidos e a exportarem para vários países, e a produção já se industrializou. Inclusive, já é possível comprar pelo site da Vlisco (Aqui) os chamados panos africanos. A variedade é extraordinária e inacreditável. É de ficar maluca ... pelo menos eu fico...!
Mas também no nosso continente a produção destes panos se institucionalizou e temos fabricas no Ghana, Etiópia, Nigéria entre outros países. Infelizmente, não posso dizer o mesmo de Angola, já que continuamos a importar... Mas, pelo menos já faz parte da nossa realidade, o que não é mal de todo.
Eu por cá, continuarei a usar bastante, continuarei não só a comprar os panos para mandar fazer cada vez mais peças, como a incentivar quem faz deles matéria- prima dos seus produtos, como os vários artistas que todos os meses, no primeiro Sábado do mês, oferecem os seus artigos na Feira de Artesanato Urbano de Luanda. Mas isto fica para breve, já que estou a preparar um post só sobre esta feira que é uma linda perdição.
E assim resumindo, os nossos tradicionais panos africanos hoje fazem parte do nosso quotidiano, tornando a nossa cidade mais bonita de se ver... espero que, esta moda tenha vindo para ficar... do meu lado não haja dúvidas que sim...
Até a próxima...
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