E chegamos ao terceiro dia desta aventura em Malanje, tudo cronometrado, tudo pensado para o nosso conforto e divertimento.
Tivemos direito, por ser dia da mulher, a um barbecue feito pelos homens do grupo. Mas o frio da noite de Kalandula fez-me fugir cedo para o quarto assim como o saber que teria no dia seguinte mais algumas horas no volante, logo um dia corrido.
E não é que foi? O programa para este dia não contemplava simplesmente o regresso a Luanda, mas antes uma paragem na barragem de Kapanda - o quê? - seguido de Pungo-a-Ndondo (Pungo Andongo), a bela fortaleza de pedras usadas no reino da Rainha Njinga.
Rumo a Kapanda, sem grandes expectativas, lá fomos nós, ao sair de Kalandula, a nossa base, uma pequena tristeza no coração, uma vontade de nos perdermos por lá e esquecer a realidade ... mas faz parte da vida, fica a lembrança, o momento lá vivido. Novos caminhos, novas paisagens, fomos até Cacuso e de lá fizemos o desvio para Kapanda.
No meio do caminho ..... as Pedras Negras de Pungo Andongo apareceram no nosso horizonte. Sorrisos, palmas e saltos de alegria pela bela vista, mas ainda não era a hora delas, antes Kapanda! E finalmente chegamos.
Por ser uma barragem de importância estratégica, a entrada é completamente controlada, regras de segurança extremas. Tivemos uma breve explicação do projecto, do que era lá feito, de que um lado da barragem é Malanje e do outro Kwanza-Sul. E por curtos momentos fomos ao Kwanza-Sul já que ao atravessar a parede da Barragem tínhamos de virar no outro extremo.
Não vou estar aqui com palavreados, vou mostrar as belas imagens da Barragem... sem palavras.
Água fonte de vida!
Saímos dali maravilhados com a beleza do local, com a força da água e acima de tudo com o trabalho feito por angolanos para angolanos,
E Fomos para as nossas belas Pedras Negras de Pungo Andongo. Chegamos a vila, sempre na sua paz, tranquilidade e rumamos para a fortaleza, no seu acesso difícil e um pouco perigoso, já que sentia o carro a derrapar um pouco, graças as constantes chuvas e acesso difícil e sem tratamento do local. Mas como Malanje é feita de pessoas humildes e solidarias prontamente tivemos a ajuda de um local, bem-haja este homem que ajuda quem visita o belo local onde ele mora.
Sem palavras!
Não tivemos a oportunidade de concluir a visita, já que a chuva expulsou-nos. Se não fosse a chuva teríamos visitado o outro lado, onde corre um riacho e supostamente estão as pegadas da rainha Njinha e de seu pai - mentira digo-vos já, mas a beleza do local ganha qualquer mentira e vale mesmo a pena (re)visitar... lá terei de voltar a Malanje para matar as saudades ... não sei é quando ...
Regressamos para Luanda numa tempestade horrível, com visibilidade reduzida, o que nos obrigou a reduzir a velocidade e a aumentar o tempo na estrada. Mas no final, tudo valeu a pena! Convido-vos a ir, quem nunca lá foi, e a voltar quem já lá esteve.
Se puder ... não sei daqui a quanto tempo, voltarei, se assim estiver nos desígnios do Senhor.
Ponto alto da viagem para mim: Quedas de Musseleji, sem qualquer dúvida!.
Até a próxima!